Tipo de Vulcões e Erupções

 Nem todo magma alcança a superfície. Quando chega, pode formar um vulcão — uma espécie de válvula de escape da geodinâmica terrestre. A erupção pode assumir diferentes formas, desde simples extravasamentos de lava fluida até eventos violentos com liberação de fragmentos sólidos, vapor d’água e gases tóxicos. Em certos casos, os produtos lançados entram na atmosfera e interferem até no clima regional ou global.

reprodução: StreamNew IA

Ao longo do tempo, esse processo constrói relevos. Montanhas inteiras podem surgir da deposição repetida de material vulcânico. O que vemos na superfície é apenas o estágio visível de um ciclo geológico ativo, profundo, que continua operando mesmo quando o vulcão parece inativo.

Vulcões não são todos iguais. Alguns se formam em áreas continentais. Outros, no fundo do mar. Muitos se mantêm estáveis por séculos, liberando lava de forma contínua. Mas há também os que permanecem silenciosos por longos períodos e, depois, entram em atividade repentina, com potencial destrutivo alto. O estudo de sua origem e funcionamento revela não apenas os mecanismos internos da Terra, mas também os riscos naturais aos quais muitas populações estão expostas.


Por isso, vale a pena conhecer os principais tipos e entender como cada um age.


Vulcões em escudo 

Esse é um dos tipos mais fáceis de identificar. Eles são largos, com lados bem suaves, e a lava que sai deles escorre bastante, parecendo um rio de fogo.
Por causa disso, a lava vai longe antes de esfriar. Eles crescem aos poucos, com muitas erupções pequenas.
Um exemplo conhecido fica no Havaí e já ficou ativo por muitos anos seguidos.
Não costumam fazer explosões, mas cobrem grandes áreas com lava.


Estratovulcões

Os estratovulcões — também chamados de vulcões compostos — concentram a maior força destrutiva entre todos os tipos conhecidos. Podem atingir mais de 4 mil metros de altura, com encostas íngremes e simetria quase perfeita. Mas é o que acontece por dentro que realmente importa.

A lava que alimenta esse tipo de vulcão é viscosa. Rica em sílica. Ela não flui com facilidade como a dos vulcões-escudo. Ela trava. E, enquanto trava, a pressão aumenta. Gás, magma, vapor. Tudo preso, tudo comprimido. Até o ponto de ruptura.

Quando erupcionam, liberam colunas explosivas que podem ultrapassar 30 quilômetros de altura. Lançam bombas vulcânicas, cinzas finas, rochas em brasa. E liberam as nuvens piroclásticas — mistura letal de gás superaquecido, cinzas e fragmentos de rocha que descem pelas encostas a mais de 300 km/h. É inescapável. Nem sempre dá tempo de correr.

Krasheninnikov é um complexo de dois estratovulcões localizados dentro de uma caldeira na península de Kamchatka, Rússia. Ago 2025. SpaceToday

O impacto vai além do local. As cinzas podem cobrir continentes. Chegar à estratosfera. Refletir a luz solar. Diminuir a temperatura média da Terra por anos. Causar escassez de alimentos. Aconteceu em 1815, com o Monte Tambora, na Indonésia. A explosão matou cerca de 100 mil pessoas diretamente. E, nos anos seguintes, matou mais do que isso indiretamente — pela fome, pelo frio. O ano seguinte ficou conhecido como "o ano sem verão".

O Monte Krakatoa, também na Indonésia, explodiu em 1883. A onda de choque deu quatro voltas ao redor do planeta. Tsunamis devastaram regiões costeiras. E a explosão, dizem, foi ouvida a mais de 4.800 km de distância.

O Monte Santa Helena, nos EUA, explodiu em 1980. Arrancou sua própria lateral. Criou uma cratera de mais de dois quilômetros. A nuvem de cinzas cruzou o país.


O Vesúvio, em 79 d.C., destruiu Pompeia e Herculano. Preservou corpos em cinzas. E lembrou ao mundo que vulcões que parecem inativos podem apenas estar esperando.

Hoje, há dezenas de estratovulcões monitorados. Alguns dão sinais. Tremores, mudanças térmicas, emissão de gás. 


Supervulcões
Há vulcões. E há os supervulcões.

O termo pode soar exagerado, cinematográfico — mas é técnico. São gigantes adormecidos com capacidade de alterar o destino da humanidade em questão de dias. Erupções tão grandes que não deixam apenas crateras. Criam caldeiras com dezenas de quilômetros de diâmetro. Um supervulcão não explode como um cone. Ele colapsa o solo. A terra afunda. O céu escurece.

Reprodução IA StreamNew

A escala é difícil de imaginar. É... não dá pra visualizar fácil.

Supervulcão, no termo técnico mesmo, é aquele que libera mais de mil quilômetros cúbicos de magma numa única erupção. É coisa demais. Mil quilômetros cúbicos. Parece um número jogado, mas não é. O Monte Santa Helena, por exemplo, em 1980, liberou só 1 km³. O Krakatoa, 1883, por volta de 25. Já o Monte Toba, na Indonésia, há cerca de 74 mil anos, ultrapassou 2.800 km³ de material ejetado. Mudou o clima global. Desencadeou um resfriamento abrupto. E, segundo algumas pesquisas, quase levou a espécie humana à extinção. Restaram poucos milhares de sobreviventes.

O mais famoso entre os supervulcões ativos hoje é o Yellowstone, nos Estados Unidos. Uma caldeira de 55 por 72 quilômetros. Respirando lentamente sob as florestas e gêiseres do Parque Nacional. É monitorado 24 horas por dia. Cientistas medem o solo, a emissão de gás, os tremores. A cada ano, ele incha um pouco. Depois desincha. Como se estivesse testando os limites.

A última erupção completa de Yellowstone ocorreu há 640 mil anos. Desde então, outras menores ocorreram, mas nada comparável à real capacidade dessa câmara magmática. Se explodisse hoje, a nuvem de cinzas cobriria boa parte da América do Norte. O colapso agrícola seria imediato. O tráfego aéreo pararia. A luz solar diminuiria. Haveria escassez global de alimentos. Escuridão parcial por meses. Talvez anos.

Não se trata de teoria apocalíptica. Está nos relatórios geológicos. Está nos mapas. Está nas rochas. A diferença é que supervulcões não parecem com vulcões clássicos. São planícies verdes, lagos calmos, áreas turísticas. Mas sob o chão, há pressão acumulada em volumes que não cabem em números pequenos.

Além de Yellowstone e Toba, há outros pontos críticos. Campi Flegrei, na Itália, perto de Nápoles. Ativo. Instável. Taupo, na Nova Zelândia. Aira, no Japão. Long Valley, na Califórnia. Todos eles já tiveram erupções catastróficas. Todos eles ainda respiram.

O risco de um supervulcão entrar em erupção em nossa geração é pequeno. Mas não é nulo. E o impacto não seria regional. Seria planetário.

Vivemos sobre placas móveis. Sob elas, há magma em ebulição. E em certos lugares, esse magma não quer apenas sair — ele quer mudar tudo.


...alô câmbio voltando ao planeta terra, continuando o texto...

Vulcões de cúpula

Esse tipo de vulcão não chama tanta atenção visualmente. Não costuma ser alto. Também não apresenta aquelas erupções com lava escorrendo encosta abaixo, como se vê nos casos mais famosos. Mas o que ele faz é, em muitos aspectos, mais perigoso.
Imagem: Volcán Chaitén por Sam Beebe / Ecotrust, licenciada sob .

A lava que sobe por sua chaminé tem uma composição diferente. É rica em sílica, o que a torna mais viscosa. Em vez de se espalhar, ela se acumula no topo da cratera. Vai se empilhando ali, criando um domo espesso. A aparência externa é de um monte sólido, mas por dentro há pressão.

Essa massa atua como um tampão natural. Retém o gás, retarda a liberação da energia interna. O problema é que essa retenção nem sempre dura. Quando a pressão ultrapassa o limite, o rompimento é brusco. O que vem a seguir costuma ser uma liberação súbita de calor e fragmentos: uma nuvem piroclástica. Ela avança com alta temperatura e velocidade, carregando cinzas, pedras e gases superaquecidos. É um fluxo destrutivo, que pode atingir áreas muito além da base do vulcão.

O caso do Novarupta, no Alasca, ilustra isso. Em 1912, uma cúpula formada dessa forma entrou em colapso. A erupção que se seguiu foi uma das maiores do século 20. A emissão de cinzas foi tão intensa que cobriu cidades inteiras. Em algumas regiões, o céu permaneceu escurecido por dias.

A aparência contida dos vulcões de cúpula pode enganar. O risco não está na lava correndo visivelmente, mas no acúmulo silencioso de energia sob uma superfície que parece estável.



Vulcões de Fissura

Aqui não há cone. Nem cratera central. O que se abre é uma fenda — longa, às vezes por dezenas de quilômetros. E é dali que o magma sai.

A crosta se parte. O magma pressiona de baixo, encontra espaço e extravasa. Sem explosão em cúpula. Sem montanha em colapso. Só uma linha no chão, por onde a lava flui por dias, semanas, até meses.

Um exemplo conhecido: o Laki, na Islândia. Em 1783, entrou em erupção por cerca de oito meses. Liberou mais de 14 km³ de lava basáltica. O gás sulfuroso lançado matou boa parte da vegetação e do gado na ilha. Fome, doenças, milhares de mortos. E os efeitos não pararam ali. A nuvem vulcânica chegou à Europa. Atingiu a Ásia. Reduziu temperaturas no Hemisfério Norte. A colheita falhou em várias regiões. 

Reykjanes Peninsula in Iceland, Wednesday, Nov.20, 2024. (AP Photo/Marco di Marco)

Em 2021, a crosta se abriu na península de Reykjanes. Era a região do Fagradalsfjall, sudoeste da Islândia. Depois de séculos sem atividade por ali — quase 800 anos — o chão começou a rachar. Primeiro pequenas fissuras. Depois uma linha de meio quilômetro. Lava subiu.

Não houve explosão. Não teve colapso de cratera. Era uma erupção de fissura, como os islandeses já conhecem. A lava escorria direto da abertura no solo, por dias. Por semanas. E foi se espalhando, cobrindo o vale com rocha incandescente. Sem pressa, mas sem parar.

Esse tipo de erupção — conhecido como efusiva fissural — costuma acontecer onde as placas tectônicas estão se afastando. É o caso da Islândia: fica em cima do encontro entre as placas Euroasiática e Norte-Americana. Onde o planeta se estica, a lava sobe.



Vulcões submarinos

A maior parte dos vulcões da Terra está embaixo d’água. Escondidos. Longe dos olhos. Mas nem por isso são inofensivos.

Eles ficam nas dorsais oceânicas — longas rachaduras no fundo do mar onde a crosta se rompe e magma sobe direto do manto. É ali, entre placas tectônicas que se afastam, que novos pedaços de crosta se formam todos os dias. Sem parar.

Às vezes, esse processo é lento. Quase invisível. Outras vezes, não. Em certos casos, a atividade é forte o suficiente pra criar uma ilha do nada.


Foi o que aconteceu com Hunga Tonga-Hunga Ha'apai, no Pacífico Sul. O vulcão cresceu no fundo do mar por anos. Em 2022, explodiu. O poder da erupção lançou cinzas para estratosfera, gerando tsunamis e ondas de choque que deram a volta no planeta.
 Tonga Geological Services / ZUMA Press / Zuma / RÉA


Também existem cadeias inteiras de montanhas submersas formadas por esse tipo de atividade — como as que contornam o Oceano Pacífico ou cruzam o Atlântico.

Observatório NOAA NeMo, 2006

E há outros ativos agora. O Axial Seamount, por exemplo, fica a 480 km da costa de Oregon, nos Estados Unidos. Está submerso a mais de 1.400 metros de profundidade. Erupções recentes ali liberaram lava, vapor e gases suficientes pra alterar a química da água e desestabilizar ecossistemas no entorno.

A diferença é que a maioria dessas erupções acontece no escuro. Sem fumaça no céu. Sem sirenes. Mas o impacto existe. 


Vulcões de lama 

Vulcões de lama nascem quando camadas profundas do subsolo — geralmente ricas em argila, água salgada e gás metano — sofrem compressão. Essa pressão não vem do magma. Vem do acúmulo de fluidos presos entre sedimentos, muitas vezes em bacias geológicas formadas por milhões de anos de deposição marinha.
Foto: kmorozov – , licença CC BY-SA 3.0

O gás sobe. A água escapa. E leva junto o solo mole. O resultado é um canal instável que pode romper a superfície. Quando rompe, o que emerge é um fluxo de lama saturada, em surtos lentos ou contínuos. Não queima. Mas cobre. E pode se espalhar por quilômetros.

Esse tipo de vulcão é comum em zonas de subducção, ou onde há reservas de hidrocarbonetos no subsolo — como no Azerbaijão, Paquistão, Mar Cáspio, ou no arquipélago da Indonésia. Há milhares mapeados. Alguns pequenos, outros com mais de 600 metros de diâmetro.

A lama expelida traz minerais, sais, fragmentos orgânicos. É rica em enxofre, cloretos e hidrocarbonetos. O cheiro é forte. O terreno ao redor, instável. E a atividade pode durar décadas.

Tecnicamente, o processo é chamado de extrusão hidrotermal.



Tipos de Erupção Vulcânica

Erupção efusiva

Não há explosão. Nem fumaça negra. Só lava — densa, quente, constante.

Esse tipo de erupção acontece quando o magma é menos viscoso. Tem menos sílica, escorre fácil, como uma calda incandescente. Sai da cratera e segue pelas encostas. Sem estourar, sem se fragmentar. Só escorre.

É comum em vulcões do tipo escudo. O Kīlauea, no Havaí, é o exemplo mais conhecido. Durante anos, lançou lava sem pausa. Em certos momentos, por quilômetros.

A erupção efusiva transforma o relevo.


Erupção explosiva

Esse é o tipo mais violento de atividade vulcânica.

Acontece quando o magma tem alta viscosidade geralmente rico em sílica e impede a liberação gradual dos gases. A pressão se acumula dentro da câmara magmática até que o sistema se rompe de forma abrupta. Quando acontece desta forma, uma súbita energia térmica e mecânica com ejeção de pedaços rochosos é libertada, com gases tóxicos e cinzas finas em grandes volumes.

A erupção do Monte Santa Helena, em 1980, é um do exemplo. A lateral da montanha cedeu após o acúmulo de pressão. Houve deslizamento em massa, seguido da liberação lateral de gases superaquecidos e detritos vulcânicos. A onda destruiu mais de 600 km² de vegetação, represou rios e alterou a topografia local.

Monte Pinatubo, nas Filipinas, em 1991

Outro caso marcante foi o Monte Pinatubo, nas Filipinas, em 1991. A erupção lançou cerca de 10 km³ de material vulcânico. A pluma de cinzas atingiu a estratosfera, com impacto direto na temperatura global. Os efeitos climáticos foram sentidos durante meses, com registros de queda de até 0,5 °C em médias regionais.

Essas erupções costumam gerar colapsos parciais do edifício vulcânico, além de fluxos piroclásticos — misturas densas de gases e fragmentos sólidos que descem pelas encostas a velocidades superiores a 100 km/h, com temperaturas acima dos 500 °C. A letalidade é alta. Poucas regiões conseguem responder a tempo.

O termo técnico usado é pliniano, quando a coluna eruptiva ultrapassa 20 km de altura, ou ultrapliniano, em eventos extremos. Essas classificações seguem o Índice de Explosividade Vulcânica (VEI), que vai de 0 a 8.

Erupções explosivas não apenas remodelam paisagens. Elas afetam voos, qualidade do ar, abastecimento de água e clima. O impacto pode ser local ou global, dependendo da intensidade e da duração do evento.


Erupção freática

Nesse tipo de erupção, o magma nem sempre chega à superfície.

A explosão acontece quando água — geralmente de lençóis subterrâneos — entra em contato com rochas aquecidas por magma em ascensão. A diferença de temperatura é extrema. A água pressurizada se transforma em vapor quase instantaneamente, gerando uma liberação súbita de energia. O resultado é uma explosão violenta, mas seca. Lava pode até nem aparecer.

O que se vê é a ejeção de vapor superaquecido, cinzas, fragmentos de rocha e poeira fina. O risco maior está justamente na falta de sinais visíveis. Não há cúpula inflando, não há fluxo de lava visível. A detonação pode ocorrer com pouco ou nenhum aviso, o que torna esse tipo de erupção perigoso para áreas turísticas e rotas de montanhismo.

Alpinistas descem o Monte Ontake enquanto cinzas vulcânicas caem em 27 de setembro de 2014, nesta foto tirada por um alpinista e divulgada pela Reuters/Kyodo.

O Monte Ontake, no Japão, entrou em erupção em setembro de 2014. Sem sinais prévios de atividade magmática intensa, o vulcão liberou uma nuvem densa de cinzas e fragmentos rochosos, atingindo centenas de alpinistas que estavam no local. A erupção foi freática. Nenhuma lava extravasou. Ainda assim, causou dezenas de mortes.


Erupções subglaciais não são as mais comuns — mas são capazes de gerar efeitos rápidos e complexos. Acontecem quando o magma sobe por baixo de calotas polares ou geleiras, em regiões onde o vulcanismo convive com grandes massas de gelo. Ao entrar em contato com o gelo, o magma provoca um derretimento quase instantâneo. A água gerada pode se acumular sob a camada de gelo até encontrar uma saída abrupta. Quando isso ocorre, o resultado são inundações intensas e súbitas, conhecidas como jökulhlaups.

Além do risco hidrológico, esse tipo de erupção também pode provocar explosões. Isso ocorre quando a água — ou o gelo derretido — entra em contato direto com o magma em alta temperatura. A transformação da água líquida em vapor gera pressão adicional. E essa pressão, confinada sob o gelo, tende a buscar uma forma de escape violento.


Por Boaworm - Obra do próprio, CC BY 3.0

Um vulcão islandês chamado Eyjafjallajökull entrou em atividade (2010). O nome pouco familiar não era o único desafio. Com a erupção, as cinzas ganharam altura e começaram a se espalhar. Voos foram cancelados, aeroportos fecharam temporariamente. Toda a região da Europa enfrentou problemas logísticos, principalmente no setor aéreo. Nem todos sabiam o que estava acontecendo, mas aos poucos, o impacto se tornava evidente. O céu escureceu em vários pontos, e a nuvem de cinzas continuou avançando por dias.


Erupção havaiana
É uma das formas mais calmas de atividade vulcânica. Ocorre quando a lava, extremamente fluida e pobre em gases, escapa com facilidade pelas aberturas na crosta. Ela não explode — apenas se espalha, escorrendo lentamente por grandes áreas. Esse comportamento cria extensos campos de lava, visíveis em regiões como o Havaí. O Mauna Loa, por exemplo, costuma apresentar esse tipo de erupção. Apesar de pouco violenta, pode atingir áreas urbanas, destruir estradas e alterar o relevo.

Erupção vulcaniana
Mais curta, mas agressiva. Esse tipo de erupção envolve lava mais viscosa e rica em gases, o que eleva a pressão dentro do conduto. Quando o topo se rompe, a liberação é súbita: fragmentos de rocha, vapor e cinzas são arremessados com força. A coluna eruptiva pode alcançar vários quilômetros de altura. Embora dure menos tempo, o impacto é imediato, especialmente nas imediações do vulcão. É comum em sistemas como o Vulcano, na Itália — que deu nome ao tipo.


Erupção estromboliana
Esse tipo de erupção se destaca pelas explosões moderadas, que acontecem com certa frequência, quase como um ritmo marcado. Não há colunas enormes de cinza, nem uma lava escorrendo sem parar. O que aparece são jatos de material incandescente, que saem do topo e lançam pedaços de magma no ar. A lava associada costuma ser basáltica ou andesítica, com uma viscosidade intermediária — nem muito líquida, nem muito espessa.

O termo vem do vulcão Stromboli, no sul da Itália, que exibe esse comportamento há séculos. Por sua regularidade e intensidade moderada, é considerado o modelo clássico desse tipo de erupção.


Erupção pliniana
Aqui, a escala muda completamente. É o tipo mais extremo entre os modelos eruptivos conhecidos. A liberação de energia é massiva, com colunas de cinzas vulcânicas que podem ultrapassar 30 km de altura. Esse material, impulsionado por gases em altíssima pressão, se espalha e causa impactos regionais e até globais. Fragmentos incandescentes e pó vulcânico cobrem amplas áreas. Um caso histórico é o do Krakatoa, em 1883. A erupção foi tão intensa que alterou padrões climáticos, reduziu temperaturas e emitiu um estrondo audível a mais de 4 mil km de distância. É o tipo de evento que marca época.


Erupção freatomagmática

Nesse tipo, o magma sobe e encontra água abaixo da superfície. Quando esses dois elementos se misturam, a reação é rápida e violenta. A água vira vapor instantaneamente, provocando uma explosão que lança vapor, pedras, lava fragmentada e cinzas ao redor. É uma erupção complexa, que une características da erupção freática — onde a água é protagonista — com a presença da lava, tornando o evento mais perigoso e imprevisível. O vulcão Taal, nas Filipinas, já mostrou essa dinâmica em diversas ocasiões.



Erupção phreatopliniana
Esse nome complicado descreve um tipo ainda mais extremo. Aqui, a explosão combina a violência da erupção pliniana com os efeitos da água subterrânea em contato com o magma.

O resultado é uma erupção devastadora, com muito vapor, rochas, lava e cinzas sendo lançados com força enorme. São raras, mas quando ocorrem, podem causar destruição em larga escala. 


11. Erupção surtseyan

Há casos em que a erupção ocorre em ambientes com presença de água, como áreas rasas próximas à costa ou diretamente sob o mar. Nessas condições, a lava entra em contato com água fria, o que provoca reações rápidas. O resultado costuma ser uma explosão repentina, capaz de lançar vapor e cinzas em várias direções.

Em 1963, um episódio assim foi registrado na Islândia. A atividade começou no fundo do mar e, após algum tempo, formou uma nova ilha: Surtsey. Esse surgimento chamou atenção pela velocidade com que a terra firme se estabeleceu. Hoje, a ilha ainda existe e é estudada por cientistas do mundo todo. 


12. Erupção hialoclástica

As erupções hialoclásticas costumam ocorrer em áreas onde há presença constante de água ou gelo. Quando o magma encontra esse tipo de ambiente, o choque térmico gera explosões súbitas. Pedaços de rocha são arremessados em várias direções. Essa dinâmica geralmente acontece em zonas vulcânicas cobertas por geleiras, onde o calor do magma interage diretamente com o gelo.


13. Erupção criptovulcânica

Diferente das explosões visíveis e das colunas de lava, esse tipo de atividade passa despercebido à vista desatenta. Ela acontece sob a superfície, sem alarde, mas ainda assim representa risco. Gases como dióxido de carbono e sulfeto de hidrogênio escapam por pequenas rachaduras no solo. Sem cor e, às vezes, sem cheiro forte, esses gases podem se acumular em depressões do relevo e provocar mortes silenciosas, especialmente se não houver circulação de ar. Monitoramento constante é essencial em áreas com histórico geotérmico ativo, mesmo sem sinais óbvios de erupção.


Erupção efusiva explosiva

Começa com a lava escorrendo devagar, como se o evento fosse previsível, até controlado. Mas essa aparência engana. Quando a pressão interna atinge um ponto crítico, a situação muda sem aviso. O solo se rompe, há liberação repentina de gases e fragmentos de rocha. O que parecia tranquilo se transforma em uma explosão violenta. Esse tipo de transição — de uma fase efusiva para uma fase explosiva — é um dos aspectos mais perigosos, porque surpreende tanto moradores quanto especialistas.


15. Erupção de gases vulcânicos

Às vezes, o que o vulcão solta são só gases — muitos gases. Dióxido de enxofre, dióxido de carbono e outros compostos tóxicos saem do subsolo sem lava ou cinzas.

Mesmo sem explosão ou fogo, isso pode ser perigoso. Esses gases se acumulam no ar, e se estiverem em grande quantidade, podem afetar a saúde de quem está por perto ou prejudicar o meio ambiente.


Erupção fumarólica

As fumarolas são emissões contínuas de vapor e gases, vindas de fissuras no solo, geralmente localizadas em áreas com atividade vulcânica residual. O processo não é ruidoso, tampouco violento. Mas o fato de o calor e os gases continuarem escapando por essas saídas indica que o vulcão ainda está ativo em profundidade. Embora visualmente discretas, as fumarolas servem como lembrete de que ali, sob a superfície, o sistema magmático continua funcionando.


17. Erupção lateral

Nem sempre a lava sai pelo topo do vulcão. Às vezes, a lateral da montanha racha, e o magma escapa por ali. Isso pode acontecer quando uma parte da encosta enfraquece ou colapsa.

Essa abertura lateral pode ser tão perigosa quanto a cratera. Foi o que ocorreu em 1980, no Monte Santa Helena. A lateral explodiu com força e destruiu tudo no caminho.


18. Erupção basáltica

Essa é uma erupção com lava do tipo basáltica, que é bem fluida. A lava sai com facilidade e corre por longas distâncias antes de esfriar.

Essas erupções geralmente não são explosivas. Elas acontecem com mais frequência em lugares como a Islândia ou o Havaí, onde a lava percorre campos inteiros, criando paisagens novas.


19. Erupção felsítica

Aqui, o cenário é outro. A lava é espessa, cheia de sílica, e não escorre com facilidade. Por isso, a pressão interna aumenta muito. Quando ela escapa, faz isso com força.

Esse tipo de erupção costuma gerar muita cinza e fragmentos. É bem mais explosiva que a basáltica. E, por conta disso, oferece riscos maiores em áreas povoadas.


20. Erupção ultrapliniana

Esse é um dos tipos mais extremos já registrados. A força é tão grande que a cinza sobe até a estratosfera, e a quantidade de material expelido pode ser assustadora.

Essas erupções são muito raras, mas quando acontecem, causam impactos que vão além da região local. Podem afetar o clima do planeta, causar escurecimento temporário do céu e alterar temperaturas médias. É um evento global.


21. Erupção criptodome

Esse tipo de erupção pode passar despercebido por muito tempo. Isso porque o magma não chega a sair da superfície. Ele sobe, se acumula sob o solo e empurra tudo o que está em cima. Com o tempo, isso forma uma espécie de bolha ou calombo no terreno, que vai crescendo devagar.

A região pode se deformar, rachar ou até desabar se a pressão ficar alta demais. Embora pareça algo silencioso, é uma ameaça real. E o pior é que, na maioria dos casos, o colapso vem de repente.


22. Erupção explosiva hidro magmática

Essa é intensa. O magma sobe e encontra água pelo caminho — pode ser debaixo da terra ou de rios próximos. Esse encontro é brusco. A água vira vapor num estalo e explode com força.

É aí que a lava se mistura com vapor e fragmentos de rocha, e tudo vai para o ar. É o tipo de erupção que assusta pelo barulho e pela nuvem que se forma. E o risco aumenta em regiões com muita água no subsolo.


23. Erupção surtsey

O nome vem de Surtsey, uma ilha que nasceu em 1963 depois que um vulcão entrou em erupção no fundo do mar. A lava foi saindo e, quando encontrou o oceano, solidificou tão rápido que começou a formar terra firme.

Não é todo dia que uma ilha surge assim. Esse tipo de erupção mostra como o fundo do mar também pode esconder vulcões ativos — e como a Terra continua criando pedaços novos.


24. Erupção pluvial

Essa não depende da lava nem de novas explosões. Às vezes, basta uma chuva forte depois da atividade vulcânica para causar problema. A água escorre pelas encostas cheias de cinzas e vira lama.

Mas não é uma lama qualquer. É densa, pesada e corre com velocidade. São os lahares. Podem destruir vilarejos inteiros. E o pior: mesmo dias ou semanas depois da erupção, o risco continua se chover demais.


25. Erupção freática

Essa é parecida com a hidro magmática, mas tem um detalhe: não envolve lava visível. O que acontece é que a água entra em contato com rochas muito quentes e vira vapor. A pressão cresce e, de repente, tudo explode.

Sai vapor, poeira, pedras... mas nada de magma. Apesar disso, o susto é grande. Esse tipo de erupção é imprevisível e já causou acidentes em locais onde turistas achavam que estava tudo calmo.


26. Erupção lateral explosiva

É uma combinação perigosa: a lateral de um vulcão se abre, e por ali sai tudo de uma vez. Lava, gás, cinzas, rochas. É uma explosão fora da cratera principal, o que pega muita gente desprevenida.

Foi exatamente isso que aconteceu com o Monte Santa Helena. A lateral explodiu com tanta força que mudou o formato da montanha. E espalhou destruição a quilômetros dali.


27. Erupção limnogênica

Pouco conhecida, mas extremamente letal. Ocorre em regiões com grandes lagos, principalmente em áreas vulcânicas. Gases como dióxido de carbono ficam presos no fundo do lago. Quando a pressão se rompe, tudo sobe de uma vez.

O gás sobe como uma bolha gigante, escapa do lago e desce pelas encostas, sem cheiro, sem cor, sufocando tudo no caminho. Já houve casos em que centenas de pessoas morreram por asfixia sem nem entender o que estava acontecendo.


28. Erupção criptovolcânica explosiva

Essa também é discreta no começo, mas pode ter consequências sérias. Em vez de sair por uma cratera, os materiais são lançados por fissuras que se abrem no chão.

É como se a crosta terrestre rachasse e, por essas rachaduras, saíssem nuvens de cinzas, pedras e gases. A diferença é que não há um vulcão "visível" como referência. Isso torna o monitoramento mais difícil.


29. Erupção subglacial

Volta e meia os vulcões entram em ação debaixo de geleiras. Ninguém vê o começo, porque tudo está escondido sob o gelo. Mas quando o magma toca esse gelo espesso, o que se forma é uma combinação explosiva.

O gelo derrete rápido, vira vapor, e surgem nuvens de cinzas e fluxos de lama. Às vezes, ocorrem enchentes repentinas. É o tipo de fenômeno que exige atenção em países frios com atividade vulcânica.


30. Erupção freática (sim, novamente)

Esse tipo já apareceu antes, mas é tão comum que merece uma segunda menção. Pode acontecer em qualquer lugar onde haja calor subterrâneo e água acumulada. Às vezes, a água nem precisa tocar o magma — só o calor da rocha já basta para gerar vapor suficiente para causar uma explosão.

E por não ter sinais visíveis, costuma pegar até pesquisadores de surpresa. Muitas áreas turísticas precisam de sinalização por causa disso.


As atualizações sobre a continuação deste assunto serão postadas em breve. Você pode consultá-las a qualquer momento em StreamNew.net/volcano 





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